Golfe fechado no Zimbabué leva Stephen Ferreira à África do Sul
Número 3 português no ranking mundial espera pelo início do Sunshine Tour em março
Stephen Ferreira optou por viajar para a África do Sul para treinar e preparar da melhor maneira o início da época de 2021/2022 do Sunshine Tour, depois do Zimbábue ter declarado o fecho dos campos de golfe como uma das medidas de combate à pandemia da COVID-19.
«A situação (da pandemia) no Zimbábue não está má, mas não é boa no que se refere ao golfe, porque os campos voltaram a ser fechados», disse Stephen Ferreira à Tee Times Golf em exclusivo para Record.
«Estou a pensar em ir para a África do Sul para poder voltar a treinar no campo e preparar-me bem», acrescentou o terceiro melhor português no ranking mundial de golfe.
Stephen Ferreira é membro do Sunshine Tour, a primeira divisão do circuito profissional sul-africano, e deveria iniciar a época de 2021/2022 em fevereiro, com três torneios coorganizados com o Challenge Tour, a segunda divisão europeia.
Contudo, o Challenge Tour anunciou há uma semana que esses três eventos terão de ser adiados para abril devido à pandemia, atrasando o início da época de Ricardo Melo Gouveia.
No seguimento dessa decisão do Challenge Tour, o Sunshine Tour deliberou atrasar o arranque do seu quadro competitivo.
No comunicado do circuito profissional sul-africano pode ler-se: «O Sunshine Tour anunciou o adiamento do seu calendário de 2021 em um mês, devido ao incremento de casos da COVID-19 e como forma de apoio ao pedido do Presidents Cyril Ramaphosa de que todos os sul-africanos trabalhem em conjunto para ajudar a combater a disseminação do vírus».
Nesse sentido, o Comissário do Sunshine Tour, Thomas Abt, disse que o circuito começará com um novo torneio, o Kit Kat Group Pro-Am, de 5 a 7 de março. O chamado “South African Swing” do Challenge Tour terá início a 22 de April, prolongando-se por três semanas de competição conjunta.
Pelo meio, haverá lugar a mais quatro eventos do Sunshine Tour: O The Players Championship que começa a 11 de março, o Gauteng Championship a 18 de março, o Serengeti Invitational a 25 de março e o Zanaco Masters a 15 de abril.
Isto significa que os jogadores do Sunshine Tour irão surgir no “South African Swing” com muito mais rodagem competitiva do que os atletas do Challenge Tour e Stephen Ferreira poderá tirar partido disso para somar pontos preciosos para o ranking do Challenge Tour, a Corrida para Maiorca.
«É um pouco frustrante que o início da época tenha sido adiado em um mês, mas é completamente compreensível, dado a elevada incidência de casos de COVID-19 na África do Sul, neste momento», sublinhou o português do Zimbábue.
«Claro que para mim é algo frustrante porque estive a treinar no duro em dezembro, mas, por outro lado, tenho agora mais tempo para reforçar o meu jogo e também a minha condição física, de modo a estar bem mais afinado quando tudo recomeçar», concluiu o jogador de 29 anos.
Este início de época será muito importante para Stephen Ferreira por duas razões principais: em primeiro lugar, porque um dos seus sonhos é representar Portugal nos Jogos Olímpicos de Tóquio e, para isso, necessita de somar muitos pontos nestes torneios que contam para o ranking mundial e para o ranking olímpico. Em segundo lugar porque se obtiver boas classificações nos três torneios coorganizados com o Challenge Tour, poderá vir a ter mais convites para jogar com frequência na segunda divisão europeia.
No ano de 2020 Stephen Ferreira disputou cinco torneios do European Tour (a primeira divisão europeia) e a sua melhor prestação foi o 28.º posto (-7) no Open de Portugal at Royal Óbidos. Entrou ainda em quatro eventos do Challenge Tour e o ponto mais alto foi a 27.ª posição (-4) no Limpopo Championship (na África do Sul). Nesses nove torneios, passou o cut em cinco deles.
Hugo Ribeiro / Tee Times Golf (teetimes.pt) para Record.
Lisboa, 21 de janeiro de 2021
Fotografia © Octávio Passos