60.º Open de Portugal at Royal Óbidos – “FIGGY” NA LUTA PELO TÍTULO FIXA RECORDE NACIONAL

60.º Open de Portugal at Royal Óbidos – “FIGGY” NA LUTA PELO TÍTULO FIXA RECORDE NACIONAL

O AMADOR HUGO CAMELO TAMBÉM GARANTIU O PASSAPORTE PARA O FIM DE SEMANA. SEGUNDA VOLTA AINDA NÃO TERMINOU DEVIDO AO NEVOEIRO. FPG E CERCI PENICHE MOSTRAM QUE O GOLFE É INCLUSIVO

Pedro Figueiredo meteu-se hoje (sexta-feira) na luta pelo título do 60.º Open de Portugal at Royal Óbidos e fixou um novo recorde nacional no único torneio português do Challenge Tour, com prémios monetários de 250 mil euros.

“Figgy” chegou a liderar isolado a prova da Federação Portuguesa de Golfe (FPG), quando somava 7 pancadas abaixo do Par, antes de entrar no fatídico buraco 14, onde sofreu o primeiro de dois duplos-bogey seguidos. Mesmo assim, terminou a segunda volta no grupo dos 11.º classificados, com 140 pancadas, 4 abaixo do Par do campo desenhado por Seve Ballesteros, após dois cartões seguidos de 70.

O campeão nacional de 2013 passou o cut no Open de Portugal pela sétima vez na sua carreira, tornando-se no jogador português que mais vezes se apurou para os dois últimos dias de prova, desfazendo um empate que tinha com Daniel Silva e Filipe Lima.

«São mais dois dias de bom golfe, espero eu, e se for suficiente para uma vitória será um sonho. Sinto-me confortável neste campo e não há razão para que não tenha duas boas voltas e consiga fazer aqui um grande resultado», disse o profissional da Vanguard, que em 2020 foi 18.º (-9) e no ano passado 30.º (-6).

«Tive dois buracos muito penalizantes, no 14 e no 15, falhei dois ‘shots’ em buracos difíceis, com água à volta do green. Não cheguei a ir para a água, mas meti-me em condições difíceis e foram quatro pancadas que custaram-me bastante, mas fiquei orgulhoso de como consegui recuperar nos últimos três buracos e acabar com um birdie no 18», lamentou o atleta do Sport Lisboa e Benfica, que teve algumas dezenas de fãs a segui-lo pelo percurso, por vezes com um apoio ruidoso e motivador.

«Dá-nos mais gozo ainda quando estamos a jogar bem em frente a muita gente. Eu tento manter-me neutro ao longo dos 18 buracos, mas é claro que quando o jogo sai-nos bem, são sensações muito boas e espero repeti-las no sábado e no domingo», concluiu Pedro Figueiredo, um dos dois jogadores portugueses que têm assegurada a passagem do cut, embora possam vir a ser três.

O nevoeiro matinal provocou um atraso de duas horas e 40 minutos no início da segunda volta e isso fez com que já não fosse possível concluir-se toda a ronda, por falta de luz natural no final do dia. Nos resultados provisórios, há ainda 76 jogadores que precisam de regressar ao campo às 8h30 de amanhã (sábado) para acabarem a segunda volta. A terceira volta não começará antes das 11h30.

Dos jogadores que terminaram a segunda volta hoje, Hugo Camelo também assegurou a sua presença no sábado e no domingo, um feito para um amador de 19 anos a fazer a sua estreia no Challenge Tour.

É certo que o jogador do Club de Golf de Miramar desceu do 5.º lugar que ocupava ontem para o 29.º lugar, somando agora 142 pancadas, 2 abaixo do Par, após voltas de 69 e 73, mas o que sobressaiu da sua prestação de hoje foi a força mental de dar a volta a um resultado que estava a ser bastante negativo.

Depois de jogar os seus primeiros seis buracos em 3 pancadas acima do Par, reagiu, fez dois birdies seguidos no 16 e no 17 (neste último com um putt de 10 metros!) e fechou a ‘ronda’ com 10 pares seguidos. Parecia um veterano e não um jovem a tentar lidar da melhor maneira com o mediatismo inédito da véspera.

«Não foi fácil, é sempre complicado gerir as emoções, fiz um duplo-bogey no buraco 15, ia com 3 acima do Par, já era um bocado apertado, mas surgiu um pequeno clique, estava na hora de acordar, comecei a jogar um bocadinho melhor, fiz logo dois birdies seguidos e isso pôs-me na luta», explicou o jogador da seleção nacional amadora da FPG.

Hugo Camelo é o primeiro amador português a passar o cut desde que o Open de Portugal se transferiu para o Royal Óbidos Spa & Golf Resort. É preciso recuarmos a 2019, quando se jogava no Morgado Golf Resort, em Portimão, para vermos os amadores Pedro Cruz e Daniel da Costa Rodrigues passarem o cut.

«De zero a dez, dou um dez», disse, a sorrir o n.º1 nacional amador, quando questionado sobre qual a importância que atribui a ter superado o cut logo na sua estreia na segunda divisão do golfe profissional europeu.

Vasco Alves (+2), Stephen Ferreira (+4) e Vítor Lopes (+5) já terminaram a sua prestação no Open de Portugal e foram eliminados. Dos quatro portugueses que ainda não terminaram a segunda volta, só Tomás Bessa tem reais hipóteses de também passar o cut, pois vai na 40.ª posição provisória, com 1 pancada abaixo do Par, na entrada para o seu 14.º buraco (o n.5 do campo).

O 60.º Open de Portugal tem o comando repartido entre dois jogadores com um total de 7 pancadas abaixo do Par, líderes que, curiosamente, também partilham uma casa em Royal Óbidos: o veterano galês Stuart Manley (72+65), de 43 anos, e o inglês Nathan Kimsey (69+68), de 29 anos. Manley está pela segunda vez a lutar pelo título do Open de Portugal, depois de, em 2018, ter partido para a última volta no comando. Kimsey é o 4.º classificado na Corrida para Maiorca, tendo conquistado este ano o Le Vaudreuil Golf Challenge, em França.

Entretanto, o Open de Portugal at Royal Óbidos recebeu hoje uma visita de membros da CERCI Peniche, que vieram para uma ação de formação e iniciação ao golfe, ministrada pelo treinador da FPG, Afonso Girão, membro da equipa técnica do bicampeão nacional absoluto, Pedro Lencart e do igualmente profissional João Girão.

Os novos jogadores de golfe, adultos com incapacidade mental, assistiram também ao início da segunda volta de Pedro Figueiredo e tiraram uma fotografia com o craque português do Challenge Tour. A FPG, o Royal Óbidos Spa & Golf Resort e a CERCI Peniche mostraram que o golfe é uma modalidade inclusiva.

Gabinete de Imprensa do Open de Portugal at Royal Óbidos

Miraflores, 16 de setembro de 2022

Fotografia © Rodrigo Gatinho / Federação Portuguesa de Golfe